CORRUPÇÃO, O QUE É? MEU PONTO DE VISTA
Corrupção
como afanameto do dinheiro público tal como o aborto e a sexualidade alheia são
assuntos "quentes" para os propagandistas e táticos das manobras
políticas.
Sempre
que um político de esquerda ou de direita é enredado em qualquer destes
assuntos estará em um mar de mal-entendidos, preconceitos, enfim, em uma
polêmica infindável. Desta maniera, por provocarem sempre desacordo, atitudes irracionais e histeria coletiva são usados pela direita e seus táticos para enredar os inimigos.
Vamos
tecer considerações neste texto apenas sobre o problema da corrupção, do roubo
da grana pública, que não é uma questão de ética na política mas uma política
de Estado tal qual a tortura, como procurarei demonstrar.
Vejamos
o seguinte dado: a classe dominante brasileira, que corresponde a 5 mil
famílias, acumula uma riqueza correspondente a 46% do PIB - 691 bilhões de reais em dados de 2003, realidade provada em estudo do IPEA (Atlas da Exclusão Social - os ricos do Brasil).
Como é possível esta minoria, que corresponde a menos de 0,001% da população ser dominante?
Como é possível esta minoria, que corresponde a menos de 0,001% da população ser dominante?
Ideologias
diversionistas, incapacidade de organização política das classes subalternas
explicam a dominação da maioria por esta minoria mas a corrupção explica melhor
a nervura porque nos faz ver a operacionalidade da dominação.
Ou
seja, sem distribuir algumas migalhas para alguns ou um monte de grana para
outros a classe dominante deixaria de ser dominante, sem "engraxar",
corromper e sem a adoração do deus dinheiro como ideologia o capitalismo como conhecemos não
existiria.
O
funcionamento desta engrenagem é simples e prática, tudo muito consentâneo com
o pragmatismo do empresariado. A forma de distribuição deste cala-boca é a
disponibilização de dinheiro para ser roubado por juízes, desembargadores,
prefeitos, diretores de colégios públicos, Ministério Público e membros das
Forças Armadas.
A
grana pública que é destinada para estes entes só formalmente passam pelos Tribunais de
Contas, nunca é fiscalizada ou quando é ocorre a divisão, o acerto. Admitamos,
disponibilizar uma montanha de dinheiro como se faz na saúde pública sem a
fiscalização e controle é pedir para o dinheiro ser roubado.
É
neste ponto que a dominação é percebida como controle do poder, controle do
Estado (a síntese da correlação de forças políticas). É com a grana existente
no ORÇAMENTO PÚBLICO, com os fundos públicos que se forma a classe média, este
colchão entre o povo e a classe dominante. Estes fundos públicos são
transferidos legalmente ou ilegalmente, pela corrupção.
Em
resumo, quando o sujeito rouba mesmo que seja uma migalha já aceita a sociedade
como ela é, injusta e absurda em termos de apropriação individual da riqueza
socialmente produzida.
Caso
se começasse a prender gente por roubo do dinheiro público, prefeitos,
vereadores, juízes, desembargadores, funcionários públicos, o sistema
explodiria, uma revolução ocorreria pois o suspiro da panela de pressão seria
fechado.
Sem
cooptação, sem corrupção, só pela força a classe dominante não dominaria por
muito tempo pois todos sabem que os governos mais fracos são os que mais
recorrem à violência para dominar.
Assim,
a corrupção é uma política de Estado, é sistêmica, como a tortura e a violência
policial, não é uma aberração, disfunção do sistema, desvio de conduta
individual, um problema ético.
No
Brasil o dinheiro público foi feito para ser roubado. Corrupção é uma tática de
dominação, de cooptação das lideranças dos dominados, e assim deve ser
compreendida ou então seremos otários a repetir babaquices como "pela
ética na política".
Os
meios de comunicação no Brasil, propriedade de apenas seis famílias, não são
contra a corrupção, por óbvio. Tentam achacar o governo com o recado: pare de
investigar a corrupção que pararemos de lhe associar a corruptos.
O
azar foi que encontraram dois estadistas em seus caminhos, o ex presidente Lula e a Presidenta Dilma, que sabem
que se o Presidente da República vergar-se a chantagens nada mais restará no
país.
É
esta batalha frontal e às vezes também triangulada que temos visto nos últimos
doze anos entre o PT, a classe dominante e seus pistoleiros e muitos incautos pelo meio.
Se o Estado cumprisse verdadeiramente o seu papel certas instituições como prefeituras, escolas, universidades, secretarias a nível de município e estado estaria trabalhando melhor com os recursos públicos.
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