sábado, 30 de julho de 2022

                      

O MUSEU DA “OPERAÇÃO LAVA A JATO”




No dia 01 de agosto do ano em curso será lançado o museu da operação de Sérgio Moro. Será um museu digital[1] com todos os documentos onde estão registrados os crimes do bando que reunia membros do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal. 


Documentários, artigos  e livros que analisaram os ilícitos da quadrilha também lá estarão para qualquer pessoa poder acessar, historiadores, jornalistas, cidadãos comuns, mas acima de tudo para a perpétua memória da coisa.  


No museu estará o trabalho de Walter Delgatti, o “hacker” de Araraquara, que invadiu a nuvem de Deltan Dellagnol e mostrou ao mundo o conluio entre o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e o Judiciário para cometer uma variada série de crimes e violações de garantias constitucionais de natureza processual penal.


Sem esta descoberta de Delgatti os farsantes ainda hoje estariam a sustentar a fraude e criar dúvidas sobre as condutas criminosas que acobertavam sob o manto de uma suposta atuação isenta do Ministério Pública e da magistratura.


Ségio Moro grampeou ilegalmente o ramal telefônico do escritório dos advogados do Presidente Lula, Cristiano Zanin e Walesca Teixeira, e com isto gravou a conversa de 28 advogados e de mais de 300 clientes da banca.


Moro monitorou em tempo real o deslocamento dos advogados e o escritório sofreu uma busca e apreensão sem fundamento fático ou jurídico, só com o intuito de varejar para intimidar.


Réus foram vítimas da quadrilha de Curitiba mas os advogados, os de verdade, também estão entre  as vítimas deste bando infame pois a  quadrilha violou prerrogativas, transformou em papel higiênico usado o múnus público que é conferido à profissão de advogado.


Poucos se insurgiram, como sempre, um dos primeiros foi Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakai, me parece que Pedro Serrano também; igualmente se insurgiu Juarez Cirino dos Santos.


O professor Afrânio Jardim se ergueu em defesa exclusiva do interesse público pois não advogava mais. Todos repeliram o que para um advogado é o horror,  a perseguição de um réu, todos queriam o julgamento dos réus em conformidade com o direito posto.


Outros que não me lembro agora também ergueram suas vozes na defesa da legalidade que deve enfronhar todo e qualquer  julgamento. Mas o fato que quero realçar é que a maioria esmagadora dos advogados silenciou diante dos crimes da quadrilha de Curitiba. É duro reconhecer, mas a advocacia é composta majoritariamente do baixo clero.



Nota

[1] Lembrar para não repetir: Museu da Lava Jato é lançado em Curitiba

https://pr.cut.org.br/noticias/museu-da-lava-jato-sera-lancado-no-dia-1-de-agosto-260c