O DIA DOS PRESUNÇOSOS
Incêndio da sede da UNE em 1º de abril de 1964 |
Hoje, 1º de abril, dia universal dos tolos, completa 56 anos do
golpe de Estado que usurpou o poder e depôs o Presidente João Goulart.
O Brasil adentrava naquele dia o
período mais sangrento e obscuro de sua história, com morte de brasileiros
heróicos sob torturas, assassinatos em emboscadas vis, estupros, roubos de bens
dos aprisionados pelas equipes do Exército que os aprisionava, extorsão,
destruição de provas e de corpos.
O crime era a forma de governo. A
sociedade brasileira estupefata, medrou, não poucos
correram para debaixo da cama.
No dia universal dos tolos o clima emocional no dia da vitória
infame e passageira dos presunçosos era de desolação e traição, somente os
estudantes na rua ofereciam alguma resistência, inclusive em Salvador.
A sede da UNE na praia do
Flamengo, no Rio de Janeiro, foi incendiada neste dia infausto e a partir desta
data a ditadura e o Movimento Estudantil se tornaram inimigos jurados, os
estudantes a combateram até o último dia. Saíram das ruas em 1968 mas voltaram
em 1977. Este duelo estava marcado.
Posta na ilegalidade logo após o
golpe, a UNE subsistiu na clandestinidade, vários de seus presidentes foram
assassinados, o último deles foi Honestino Guimarães, sequestrado em 5 de outubro de 1973 pelo CENIMAR (o serviço de informação da Marinha) e depois assassinado, eviscerado e com pedras no
abdômen seu corpo foi atirado no mar e sua família não obteve até hoje o direito
de dar um sepultamento digno a seus restos mortais.
A verdade é que o Movimento
Estudantil, secundarista e universitário, foi o único movimento social que
ofereceu resistência à ditadura nas ruas e depois do AI-5 na clandestinidade e pela luta armada. O
resto foi desarticulado ou medrou.
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