segunda-feira, 7 de março de 2016

                  PORQUE  PT


                                             


Não tenho dúvidas que a política prática é muito difícil de ser aprendida. Quando vejo velhos jornalistas escrevendo bobagens esquerdistas como se fossem jovens com vinte e poucos anos de idade minha certeza aumenta e minha capacidade de olhar com indiferença estas tolices também.

Em política prática a chave que possibilita mover a realidade é o ponto de inserção que permita formar maiorias. Daí precisamos de adesões, a nossa causa precisa de aliados e não de inimigos. Como dizia Ulisses Guimarães, o bom político soma, não divide.

Os textos de Marx não formam bons políticos embora sejam insubstituíveis para se compreender a base dos conflitos na sociedade moderna, os conflitos entre as classes sociais. Mas entre a compreensão teórica da sociedade e a política prática existe a distância que separa a ciência da arte.

A busca deste ponto de inserção que permite formar maiorias passa pela construção do partido político pois sem organização política é insignificante a ação política.

Há muito, na verdade desde a fundação, vejo pessoas dando o PT como impossível ou como acabado. A realidade tem respondido a estas hipóteses com o enraizamento do partido no tecido social brasileiro e a sobrevivência a todas as tentativas de destruí-lo.

Como se explica isto? Tenho como certo que é porque o partido atende a uma necessidade da realidade política e social da sociedade brasileira. Por exemplo, a nossa formação autoritária e semi-escravocrata o PT respondeu com a democracia radicalizada como filosofia política para alcançar seus objetivos.

O ORÇAMENTO PARTICIPATIVO, o controle da população sobre o dinheiro público, é a formulação mais acabada desta ideia. A democracia radicalizada, participativa e direta, como ponto de partida e como ponto de chegada para alcançar os objetivos.

Outra coisa destaca o partido, o estudo profundo de problemas brasileiros como reforma política (a defesa do financiamento exclusivamente público de campanha é bandeira histórica do partido), previdência social, saúde pública (a defesa do SUS sempre foi ponto inegociável), urbanismo e mobilidade urbana, exclusão social entre outros problemas são objeto de livros publicados pela Fundação Perseu Abramo.

Quanto ao desempenho político em face dos ataques os bons quadros políticos do partido têm feito com que não tenham ocorrido erros graves que pudessem significar sua extinção.

Em resposta ao crime de abuso de autoridade cometido contra o ex-presidente Lula no mesmo dia em mais de mil cidades do Brasil militantes foram aos diretórios do partido e fizeram manifestações públicas. Se continuasse preso sem dúvidas que a mobilização iria aumentar e o caldo iria entornar.

Esta é uma prova de que não obstante todas as previsões e desejos de extinção o partido está vivo e tem se mostrado resiliente. Sem dúvidas que é porque tem sido realista e prudente em saber mover esta realidade. Tem sido uma proposta na exata medida da realidade política, cultural, psicológica e moral do povo brasileiro.

Tenho uma percepção otimista do partido apesar de tudo; seres humanos são imperfeitos e devemos buscar fazer as coisas com as qualidades das pessoas pois com os defeitos nada podemos fazer, nem extirpá-los.

Escrevi este texto motivado pela leitura de uma entrevista de Tarso Genro na Folha de São Paulo comentada por Valter Pomar no link abaixo.

Nota


[1] Tarso Genro: "esgotado"???

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