quarta-feira, 30 de março de 2016

         ATÉ O PATO É ROUBADO


 



A sonegação é o maior roubo do dinheiro público no Brasil. A mais eficaz forma de sonegar é abrir uma empresa com inscrição no CNPJ.

Malandros profissionais com anos no balcão da sonegação tomaram a iniciativa de acusar os inimigos dos crimes que cometem. Foram eles, os sonegadores, que conclamaram e engrupiram  midiotas a andarem com um ridículo pato de borracha amarelo para cima e para baixo reclamando contra a carga tributária [1].

A realidade factual desmente esta campanha tocada pelos sonegadores com a finalidade de acobertar a sonegação e a perversidade de terem empurrado na Constituição de 1988 a conta no bolso dos trabalhadores açodando a tributação indireta - aquela que incide ao se consumir mercadorias ou usar serviços -, a principal característica do atual sistema tributário nacional.

É aí que entra o pato amarelo inflado para ludibriar outros “patos”. Esta é uma ideia de Paulo Skaf, presidente da FIESP, que quer convencer a população de que eles, os maiores sonegadores, pagam muitos impostos. Este cidadão é chefe de uma entidade que tem tantos sonegadores quantos associados tem, salvo as exceções de sempre.

Até as pedras das ruas sabem que quem mais paga impostos no Brasil é quem ganha até três salários mínimos [2], portanto, os trabalhadores da parte mais baixa da pirâmide social. Por esta razão no Brasil qualquer trabalhador paga mais impostos que seu patrão. 

Os que ganham até 3 salários mínimos correspondem a 79,02% da população que paga impostos, que contribuem com R$ 537.937.743.190,66 do total arrecadado, que corresponde a 53,79% [3] do entesourado.

Quem ganha até três salários mínimos não tem oportunidade de sonegar pois dispende tudo o que ganha em itens básicos e jamais deveria pagar qualquer imposto.

A corrupção por meio da sonegação - o afanamento do dinheiro público antes de entrar nos cofres da nação brasileira - é sete vezes maior que a bandalheira praticada por prefeitos, vereadores e demais membros da classe política.

No Brasil, em tese, todo empresário é um sonegador. Raros não cometem este crime, um deles é Sílvio Santos. Vejamos os números:

"Sonegação de impostos é sete vezes maior que a corrupção

Deixa-se de recolher 500 bilhões de reais por ano aos cofres públicos no País, ao passo que o custo anual médio da corrupção no Brasil, em valores de 2013, corresponde a 67 bilhões anuais" (Fonte: Carta Capital, publicado 30/03/2015 03h40, última modificação 02/04/2015 15h08).[4].

Ainda sobre o pato amarelo noticiou o jornalista Fernando Brito no site TIJOLAÇO em 30/03/2016 que o artista plástico holandês Florentijn Hofman acusa a FIESP de plágio, de ter-lhe afanado a criação [5].

Como se pode rapidamente perceber esta campanha usando o pato amarelo é um exercício de caradurismos à toda prova; sem dúvidas que os que se apropriaram da criação do artista esgotam o estoque de óleo de peroba por onde passam com o pato a tiracolo pois nem do surrupio dos sonegadores a ave escapou.

Mas até aí nenhuma novidade, ricos defendem seus interesses com todos os métodos disponíveis, trapaça de todo tipo, chute nos quibas e toda sorte de golpes baixos, e até se passar por honestos.

O que merece reflexão é o fato de algumas pessoas da parte baixa da pirâmide social ainda serem engrupidas com espelhos como se enganavam os índios quando as caravelas aqui aportaram.

No mínimo é um insensato, verdadeiro aloprado, o cidadão que se deixa conduzir para uma luta contra o pagamento de impostos organizada por sonegadores.

Mas parece que o caradurismo virou moda pois até manifestação contra a "corrupção" já foi convocada por contumazes corruptos em conluio com seus irmãos siameses, os sonegadores, corruptos profissionais sob a fachada de um CNPJ. Nem as máfias italianas têm tamanha ousadia. 

Chega a ser constrangedor ver trabalhadores acreditando em Paulo Skaf - o pai do pato amarelo plagiado e o chefe de uma entidade que tem mais sonegadores que cabelo em cachorro -, e carregando a ave anseriforme abestalhada para cima e para baixo.

Não precisa a turma da FIESP pagar o pato, basta pagar os impostos”, como acertadamente falou o Senador Roberto Requião.

Notas

[1] Quanto mais rico, menos impostos pagos

[2] Quem recebe até três salários mínimos é quem mais paga impostos no Brasil

[3] Idem., ibidem

[4] Sonegação de impostos é sete vezes maior que a corrupção

[5] Fiesp vai ter de pagar o pato a artista holandês de quem roubou o pato gigante


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