terça-feira, 14 de julho de 2015

Papa diz que comunistas são cristãos não assumidos

                 


Este Papa Francisco sabe das coisas e fala sem medo. Já afirmou até que comunistas são cristãos que não se reconhecem como tais[1], embora tenha falado mal-humorado com a concorrência como se pode constatar no texto do link.

Frei Beto em seu livro BATISMO DE SANGUE diz a mesma coisa: cristãos e comunistas têm as mesmas crenças e os profetas as mesmas origens, sem a bronca de Francisco. Edmund Wilson em seu livro RUMO À ESTAÇÃO FINLÂNDIA, um ótimo estudo das ideias socialistas, afirma que o marxismo é uma dissidência do judaísmo.

Eu não tenho dúvidas que o marxismo é uma dissidência do judaísmo, como o cristianismo também é. Karl Marx era judeu de uma família de rabinos, foi sepultado em cemitério judaico em Londres e pode ser listado como o mais recente profeta judeu pois é da mesma categoria dos grandes profetas do Velho Testamento.

Sempre me chamou a atenção algumas analogias muito curiosas entre o marxismo e o judaísmo. Para mim o partido e o profeta, a terra prometida e o socialismo, o povo escolhido e o proletariado são similitudes perfeitas.

Outra coisa que sempre ressaltou na história do socialismo marxista é a grande quantidade de judeus: Lênin era judeu, Trotski era judeu, Rosa Luxemburgo era judia, Jacob Gorender era judeu, Ângelo Arroio, Maurício Grabois, Rosa Kucinski e mais um sem número. Será coincidência tantos judeus na esquerda marxista?

Indubitável para mim que o marxismo é mais que uma filosofia política.  O historiador Paul Johnson em seu livro HISTÓRIA DOS JUDEUS classifica Karl Marx como pertencente à tradição irracionalista e gnóstica do judaísmo.

Este é o rolo, quando a política e a religião se juntam boa coisa não acontece. O marxismo como filosofia política religiosa defendendo como melhor forma de governo uma ditadura, dita como do proletariado, mas na verdade sobre o proletariado, serviu de modelo para vários Estados teocráticos onde o “papa” era o secretário geral do Partido Comunista.

Por regra não escrita um secretário geral só saia do cargo quando morria. Um ritual típico de estado teocrático ocorria sempre que um "papa" batia as botas: as emissoras de rádio na URSS só tocavam música clássica até que depois de um conclave fosse anunciado um novo secretário. Será mera coincidência com a sucessão e escolha de um Papa?

Karl Marx como bom judeu trouxe para a escola socialista que criou a insatisfação da cultura judaica com injustiças. Gosto disto demais. Contudo, rejeito do socialismo judaico o irracionalismo de que fala Paul Johnson. Temo rompantes de irracionalidade, o apelo religioso de sacrifício da racionalidade, hipóteses não provadas, Estados teocráticos, pois a liberdade só sobrevive em meio ao laicismo e a uma cultura racional.

Talvez seja por isso que eu não me entendo bem com malucos, picaretas (principalmente pastores evangélicos) e imbecis que tentam vender seus produtos estragados (objetivos indefinidos e sem especificação dos meios) e filosofias políticas autoritárias como coisa de valor.

Nota

[1] Papa diz que comunistas são cristãos não assumidos
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/papa-diz-que-comunistas-sao-cristaos-nao-assumidos/

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