NAS PONTAS DOS CANOS DAS ARMAS
A classe dominante não governará este país sem fazer concessões pois vivemos uma crise social de graves proporções visível nos crimes contra o patrimônio.
Alerte-se que esta crise poderia estar mais agravada caso o governo federal não tivesse posto em prática as políticas distributivas
de renda, inclusão social e geração de emprego dos últimos doze anos.
Esta crise social é a distribuição de renda nas pontas dos canos das armas e
consiste massivamente em crimes contra o
patrimônio com violência contra a pessoa tais como roubo,
que o povo chama de assalto, e extorsão
mediante sequestro, que o povo chama de sequestro. Furtos também são cometidos mas nestes não ocorre violência contra a pessoa.
Para embuçar a verdade e que um dos principais
problemas do Brasil é a concentração de renda, ocultando assim também a solução, ou seja, que a pacificação do país só
virá com mais distribuição de renda, a mídia chama a crise social de crise de segurança pública.
No intuito de resolver a crise social com repressão a mídia monopolista e os incautos, vítimas de seu engodo, pedem mais policiais, mais viaturas, mais armas e redução da
maioridade penal.
Contra toda a sensatez a classe dominante já buscou
dar um golpe branco para reverter as políticas distributivistas implementadas
pelo PT. Para tanto se empenhou através do monopólio dos meios de comunicação
a ilaquear a opinião pública com a peta chamada "mensalão". O povo se defendeu como pôde, simplesmente ignorou. Fracassada a fraude jurídico-midiática, a classe dominante tenta agora vencer as
eleições com uma jogada mais sutil, um "cavalo de Tróia", Marina
Silva.
Contudo, a realidade política é mais complexa com a crise social que se aguça dia-a-dia. Não é possível governar o país ignorando-a ou com métodos coativos.
Posta na encruzilhada em que não voltará a governar o país sem fazer concessões a classe dominante insiste no sentido contrário. Ou seja, ao invés de universalizar direitos, fazer concessões e assentir com políticas distributivas de renda para superar a crise social e fortalecermos o mercado interno busca derrotar o PT e retirar direitos.
Com um programa
de fachada, copiado
descaradamente da web, a criatura tem um verniz
capaz de enganar desavisados. Mas algumas coisas verdadeiras foram reveladas na
declaração de intenções de um eventual governo de Marina Silva para obter o
apoio da classe dominante, cito algumas: a defesa do Estado mínimo do
neoliberalismo; outra, a independência do Banco Central, sendo esta a pedra de toque das políticas neoliberais; e
muita desregulamentação da economia em que até a CLT está na mira.
Enfim, Marina Silva como um instrumento do
neoliberalismo, se eleita, só vai agravar a crise social ao invés de pacificar o país. Resta saber se
governará. Alguns poderão perder os dedos por não terem entregado os anéis.
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