quarta-feira, 16 de março de 2022

                                         MORREU UM VERME

 

Cabo Anselmo: assassino do próprio filho 


Morreu hoje, 16/03/2022, de morte natural, um ser ignóbil. Assassino do próprio filho ainda feto. Chamava-se “Cabo Anselmo”

Soledad Barret Viedman era da VPR - Vanguarda Popular Revolucionária -, organização política que combatia a ditadura militar instalada em 1964 por meio da luta armada, filha de um dirigente do PC do Paraguay e foi assassinada com mais cinco companheiros de organização política no massacre da Chácara São Bento, sítio situado nas cercanias de Recife, em Pernambuco em janeiro de 1973.

Soledad estava grávida de três meses do verme pois com ele convivia maritalmente e foi vista pela advogada de presos políticos Drª Mércia Albuquerque ainda na chácara, dentro de um barril, o feto aos pés, nos olhos estampados o horror.

Esta chacina foi perpetrada pelo torturador, assassino profissional, viciado e ligado ao tráfico de cocaína Sérgio Paranhos Fleury, com quem o ser pestilento armava ciladas fatais se fazendo de leal combatente mas era um policial infiltrado na esquerda desde antes do golpe de 1964.

Era marinheiro, nunca foi cabo, mas como tudo na vida deste verme era falso virou o "Cabo Anselmo", cujo nome era José Anselmo dos Santos.

Enganava jornalistas, militantes de esquerda e quem mais pudesse mas nunca enganou Carlos Eugênio Sarmento da Paz que relata em um vídeo disponível na web a conversa que teve com o verme e, como sempre, seu instinto de sobrevivência de imediato o fez suspeitar que o rato estava a serviço da repressão.

Todos os indícios da circunstância em que ocorreram os homicídios cujos corpos foram atirados na Chácara São Bento apontam que houve uma execução antecipada. Todos foram sequestrados em locais diferentes, torturados, seus bens roubados e depois assassinados. Existem provas irretocáveis dos sequestros colhidas pela Comissão da Verdade do Estado de Pernambuco. 

O assassinato dos seis militantes da VPR em Recife em janeiro de 1973 se deve ao fato de Soledad Barret ter recebido uma carta enviada do Chile por um dirigente da organização alertando-a para a suspeita de que Anselmo estava colaborando com a repressão. 

Soledad foi alertada na própria missiva para não mostrá-la a Anselmo mas por viver maritalmente com o verme ela a mostrou e assim cometeu uma imprudência incompatível com as normas da clandestinidade daquela situação. Desta maneira também por esta imprudência foi evitado que muito mais gente fosse morta pois assim foi abortada a ideia de juntar mais quadros da organização em Pernambuco. 

Inês Etienne Romeu é outra pessoa que como Carlos Eugênio escapou da morte por pouco pois quando o encontrou em um aparelho e ele perguntou se ela o conhecia a resposta foi: não. Se confirmasse o reconhecimento teria sido assassinada pois todos os que o reconheceram na luta clandestina foram trucidados.

Deixou apenas uma lição para nós: o inimigo é vil e capaz de qualquer coisa.

 

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