domingo, 26 de julho de 2020


                 DANDO A OUTRA FACE


                                Se levar um tapa, por que dar a outra face? | by Dairan T | Medium

Nas redes sociais vi muitas pessoas de esquerda duvidarem do resultado da pesquisa do Instituto Paraná que aponta Bolsonaro imbatível em todos os cenários na eleição para Presidente em 2022.

Caros, a Caixa Econômica Federal divulgou dados[1] neste mês de julho corrente em que se afere que um total de 121,3 milhões de brasileiros, mais da metade da população brasileira, recebeu algum dos benefícios emergenciais criados pelo governo em resposta à crise econômica causada pela pandemia.

Não tenho dúvidas, a pesquisa divulgada espelha isso. Não se choquem: Bolsonaro foi perdoado pelos que injuriou, ofendeu, empobreceu e humilhou.

Um pouco de teoria sociológica ajuda neste momento. Capitalismo não é só um sistema de produção de mercadorias e exploração intensiva da mão-de-obra mas também uma maneira de julgar o mundo onde o dinheiro está no topo da pirâmide, é o deus, o paradigma pelo qual as pessoas se julgam e julgam as outras.

Foi assim que o capitalismo se impôs sem recorrer à coerção, a violência desnuda da escravidão. "O dinheiro compra tudo, inclusive o verdadeiro amor.", escreveu Balzac. Sem o aviltamento de pessoas em larga escala o capitalismo não se mantém em pé. Só uma minoria não se corrompe, não se vende nem se verga. Entenderam porque ainda existe capitalismo?

Contudo, estas migalhas distribuídas por Bolsonaro e contra sua vontade têm prazo de validade pequeno. Vamos aguardar a volta do bumerangue. No Brasil a massa é volátil, infantil e imediatista; esta lua-de-mel deste casamento por conveniência acabará, basta a realidade das políticas neoliberais voltarem ao cotidiano com suas cruezas empobrecedoras implacáveis.

Nota

[1] Mais de 121 milhões de brasileiros receberam benefícios na pandemia, diz Caixa

6 comentários:

  1. Verdade, Luiz. Lamentavelmente, verdade.Estou no interior, em isolamento social, e as poucas vezes que tive de peregrinar nas filas das agência bancárias restou-me o desprazer de ouvir jubilosos agradecimentos ao genocida...Comecei retrucando,mas fui cansando, sabe? Você tem razão. Só o tempo...

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    1. Valeu Unknown, muito agradecido pela participação neste modesto blog.

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  2. Caro amigo, concordo em número, gênero e grau...

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  3. Perfeita análise, "Zé Povin" pensa com a barriga.

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