domingo, 14 de abril de 2019


                                            MÁRIO PEDROSA  

  
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 "Na hora em que aqui nos reunimos, companheiros de todo o Brasil, para assinar o nome sob a flama do Partido dos Trabalhadores, temos consciência do que estamos fazendo. Diferentemente de todos os partidos por aí, com sua dança de letras e siglas, o PT é simplesmente o Partido dos Trabalhadores. É único de estruturas, é único de tendências, é único de finalidade.(…) Partido de massas não tem vanguarda, não tem teorias, não tem livro sagrado. Ele é o que é, guia-se por sua prática, acerta por seu instinto. Por isso, ao nos inscrevermos no PT, deixamos à sua porta os preconceitos, os pendores, as tendências extras que possivelmente nos moviam até lá, para só deixar atuando em nós uma integral solidariedade ao Partido dos Trabalhadores." Mario Pedrosa, ex-trotskista fundador do PT.


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Mário Pedrosa foi um homem singular. Era filho de usineiro mas desde jovem se dedicou à militância política como trotskista, traduziu para o português textos de Rosa Luxemburgo e participou da fundação do PT.

Sem dúvidas que compreendeu em um piscar de olhos que o Brasil no final da década de setenta, depois que Marighella rompeu com a autoridade ideológica do Partidão, o caminho estava aberto para a criação de um partido de esquerda sem os vícios e sem a teoria organizacional dos Partidos Comunistas.

A subcultura stalinista e autoritária dos Partidos Comunistas encontrou dentro do PT oposição crítica e prática, era uma luta dura, não rara cheia de ofensas e injúrias como sempre ocorrera nas disputas entre comunistas aqui e alhures.

O PT trouxe consigo uma nova escola de fazer política na esquerda, mais realista, avessa a práticas conspiratórias e buscando conquistar o governo federal pelo bom desempenho das administrações municipais e estaduais e formando os quadros políticos e técnicos.

As alianças necessárias se impuseram depois de três derrotas consecutivas em eleições para Presidente da República. O realismo e o pragmatismo foram os grandes professores do partido. Isto muitas vezes beirava o anti-intelectualismo mas também guiava para o aprendizado de um conhecimento que só a prática produz.

Nunca fui de Partido Comunista e jamais me adaptaria às humilhações que aquela estrutura autoritária impõe. Eu e os leninistas sempre estivemos em campos opostos no que diz respeito à hierarquia que se julgam no direito de impor.

O êxito e a resiliência do PT diante das investidas para destruí-lo mostram que nunca deu os passos maiores que as pernas e soube não se afastar da realidade política dada pelo nível de consciência de nosso povo.

Da velha guarda devemos a muitos a existência do PT, Mário Pedrosa, Apolônio de Carvalho e muitos outros. Mas tem um que não estava presente em corpo mas estava por inteiro em ideias pela alameda que abriu para o PT existir, Carlos Marighella.

Sem que o Partidão tivesse sido rachado no meio como fez Marighella  em 1968 ao fundar com seus companheiros a ALN – Ação Libertadora Nacional -  era quase impossível existir espaço político e ideológico para um partido como o PT. 

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