sábado, 23 de maio de 2015

          O BEM QUE O PSDB FAZ AO BRASIL


           

Max Weber escreveu o livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo" para provar que às vezes querendo uma coisa provocamos com nossos atos outras bem diversas.

Neste ensaio ele tenta provar que os protestantes com sua ética de trabalho e poupança, conduta empiricista medindo os acertos pelos resultados e procurando viver conforme a interpretação que faziam dos livros bíblicos criaram as bases do capitalismo industrial na Alemanha.

Rui Barbosa em seu opúsculo "Oração aos moços" revela que muito do que ele era devia aos inimigos e às adversidades, daí achava que não foi em vão que Deus disse para que amássemos os inimigos pois esta era uma forma de retribuição pelo bem, (involuntário, digo eu), que nos faziam.

Uma coisa é certa, os dois brilhantes ensaístas perceberam que não controlamos todas as consequências de nossos atos, toda a repercussão que eles têm e por um tempo que também não controlamos.

Sabemos que uma pequena parte da classe dominante apóia o projeto de desenvolvimento nacional autônomo, historicamente este que o PT tem conduzido a duras penas, enfrentando a outra parte, majoritária, da classe dominante representada politicamente pelo PSDB e o DEM, encastelada no Estado de São Paulo, vincada aos monopólios e subalterna aos interesses dos EUA.

Como a história engole gente, alguns desta pequena fração da classe dominante que têm apoiado este projeto de desenvolvimento nacional estão na cadeia bem como notáveis dirigentes do PT.

Estão encarcerados os banqueiros que emprestaram dinheiro para o caixa 2 do partido em três contratos assinados por José Genoíno e o restante a empresas de Marcos Valério, levados de roldão que foram na trama jurídico-midiática chamada de "mensalão".

A parte da classe dominante que teima em manter o Brasil dependente e subordinado aos interesses de Wasington controla o Estado de São Paulo e o faz perder importância econômica e política, justamente o Estado que já foi a locomotiva da industrialização do Brasil.

A teimosia desta fração da classe dominante tem repercutido muito além de seus interesses mesquinhos. Vejamos, derrotar a burguesia paulista tem sido uma tarefa quase impossível e a solução política para neutralizá-la e impedir que obste o projeto de desenvolvimento nacional autônomo foi enfraquecê-la deslocando o eixo do dinheiro e consequentemente do poder para os Estados do Norte e Nordeste do Brasil.

Foi assim que o Norte e o Nordeste ganharam projetos de infra-estrutura, entre outros, a ferrovia transnordestina, a ferrovia norte-sul e agora a que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico passando pelo Peru, a refinaria Abreu e Lima (Pernambuco), a hidrelétrica de Belo Monte, etc. Tudo consentâneo com os objetivos da Constituição da República Federativa do Brasil que estabelece no art. 3º, III, como um de seus objetivos erradicar a pobreza, as desigualdades sociais e regionais.

Em sua obstinação em querer manter o Brasil subalterno o PSDB e o seu braço midiático tem tentado chantagear e impedir que os governos do PT investiguem casos de corrupção. O recado da mídia familiar e paulista tem sido claro: só pararão de associar o governo a corruptos se o governo parar de investigar.

Com esta tentativa desesperada e vã de obstar o combate à corrupção de seus pares a mídia só deixou ao governo a opção de aprofundar a investigação do afanamento do dinheiro público. Ou isto ou sucumbir à chantagem. 


É assim que estamos tendo a proteção ao dinheiro público ao invés de uma apropriação privada do Estado e o desempenho econômico dos Estados do Nordeste superior ao Estado de São Paulo [1] nunca vistos antes.

Acredito que fazer o mal não é tarefa para amadores. Assim, querendo fazer o mal às vezes nos fazem um bem. Foi assim que o PSDB nos fez devedor do bem que tem feito ao Brasil, sem querer e sem saber.

Nota
[1] O Nordeste cresce mais que o Brasil e ganha poder econômico

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