terça-feira, 5 de novembro de 2024

    CARLOS MARIGHELLAA coragem de dizer não


Marighella na redação de um jornal mostrando como quase foi assasssinado por um esbirro do DOPS carioca em abril de 1964 

No dia 4 de novembro de 1969, há 55 anos, Carlos Marighella foi assassinado na Alameda Casa Branca em uma emboscada armada por Sérgio Paranhos Fleury, delegado do DOPS paulista, assassino profissional membro do famigerado “esquadrão da morte”, viciado e associado ao tráfico de cocaína.

Marighella foi deputado pelo PCB na Constituinte de 1946, tinha liderança, a importância e consequências de seus atos e dos poucos textos que escreveu ainda não foram sequer imaginadas.

O PCdoB – Partido Comunista do Brasil –, uma dissidência de umas cem pessoas do PCB depois do XX Congresso do PCUS em 1956 foi organizada em partido em 1962, causando um fato inédito até então, a existência de dois partidos comunistas em um mesmo país.

O PCdoB reivindicava a ortodoxia marxista-leninista-stalinista, não reconhecia o Relatório Kruchev, documento em que a cúpula do PCUS relatava o que se chamava crimes de Stálin.   

Um pouco mais tarde, em abril de 1968 outra dissidência do PCB fundou o PCBR – Partido Comunista Brasileiro Revolucionário -, mais um partido comunista, que também reivindicava a ortodoxia marxista-leninista.

Com Carlos Marighella seria diferente, foi o líder do maior grupo que rompeu com o PCB, isto em 1967, e, no entanto, não fundou outro partido comunista mas uma organização para a ação direta, uma liga.

Em termos organizacionais, uma liga não é um partido, pois se volta inteiramente para a ação e a propaganda e muitas vezes a propaganda pela ação, como era o caso da ALN - Ação Libertadora Nacional - e da Liga Spartakista, liderada por Karl Liebnecht e Rosa Luxemburgo.

Marighella criou a alameda por onde iriam passar os fundadores do PT em 1980 pois rompeu a autoridade ideológica do PCB ao fundar a ALN e não reivindicar a ortodoxia da versão russa do marxismo, o marxismo-leninismo. Estava aberto o precedente. Sem ele não existiria o PT.

Salve Marighella !


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