CARLOS MARIGHELLA – A coragem de dizer não
Marighella na redação de um jornal mostrando como quase foi assasssinado por um esbirro do DOPS carioca em abril de 1964 |
Marighella
foi deputado pelo PCB na Constituinte de 1946, tinha liderança, a importância
e consequências de seus atos e dos poucos textos que escreveu ainda não foram sequer
imaginadas.
O PCdoB
– Partido Comunista do Brasil –, uma dissidência de umas cem pessoas do PCB
depois do XX Congresso do PCUS em 1956 foi organizada em partido em 1962, causando
um fato inédito até então, a existência de
dois partidos comunistas em um mesmo país.
O PCdoB
reivindicava a ortodoxia marxista-leninista-stalinista, não reconhecia o
Relatório Kruchev, documento em que a cúpula do PCUS relatava o que se chamava
crimes de Stálin.
Um pouco mais
tarde, em abril de 1968 outra dissidência do PCB fundou o PCBR – Partido
Comunista Brasileiro Revolucionário -, mais um partido comunista, que também
reivindicava a ortodoxia marxista-leninista.
Com Carlos
Marighella seria diferente, foi o líder do maior grupo que rompeu com o PCB, isto em
1967, e, no entanto, não fundou outro partido comunista mas uma organização
para a ação direta, uma liga.
Em termos
organizacionais, uma liga não é um partido, pois se volta inteiramente para a
ação e a propaganda e muitas vezes a propaganda pela ação, como era o caso da
ALN - Ação Libertadora Nacional - e da Liga Spartakista, liderada por Karl
Liebnecht e Rosa Luxemburgo.
Marighella criou a alameda por onde iriam passar os fundadores do PT em 1980 pois rompeu a autoridade ideológica do PCB ao fundar a ALN e não reivindicar a ortodoxia da versão russa do marxismo, o marxismo-leninismo. Estava aberto o precedente. Sem ele não existiria o PT.
Salve Marighella !
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