quinta-feira, 22 de outubro de 2015

         ENFIM JUSTIÇA




  

                                         
O Inquérito Policial instaurado a pedido do então projeto de ditador Joaquim Barbosa contra o advogado Luiz Fernando Pacheco foi arquivado a pedido do Ministério Público Federal [1].

Tudo começou quando o advogado foi retirado à força da tribuna do STF por ordem de Joaquim Barbosa, então Presidente do STF. Além das razão apresentadas pelo MPF para pedir o arquivamento do IP as cenas estão também no link abaixo. Para quem é advogado não é possível assistir ao vídeo em que o advogado foi retirado do recinto do Tribunal pelos seguranças sem que as veias fervam de indignação.

O caso é emblemático pois a advocacia é profissão difícil de ser exercida seja pela complexidade do direito seja pela coragem e destemor que requer de quem a exerce com honestidade.

Escreveu Montesquieu que quem tem o poder tende a abusar e vai até onde encontra limites. É a esta situação que estão expostos os advogados no contato face a face com autoridades, defrontarem-se com o abuso de poder que vitima inclusive até funcionários da burocracia do Judiciário.

Na época em que ocorreram os fatos as palavras do Ministro Marco Aurélio foram de muita clareza: é dever do advogado defender seu constituinte, inclusive na sustentação oral, com destemor, lembrando o que consta no Estatuto da Advocacia, Lei nº 8.906/94, § 2º do art. 31.

O arquivamento do Inquérito Policial instaurado contra Luiz Fernando Pacheco é um caso raro em que houve justiça pois membros do MP, Delegados e juízes são corporativistas, detestam advogados e cidadãos altivos, movimentos sociais, partidos de esquerda e cidadãos que invoquem a lei, direitos, a própria condição de cidadão e não de súdito.

Membros do Ministério Público, juízes, Ministros dos Tribunais, Desembargadores, auditores fiscais e membros da alta burocracia do Estado se acham condes, viscondes, enfim, uma nobreza enquistada no Estado republicano.

Esta gente se acha uma nobreza devido aos altos salários que recebem em um país em que a maioria absoluta da população quando muito ganha três salários mínimos por mês. Estes fidalgos são produto da esperteza da classe dominante que manejando os fundos públicos criou este anteparo entre ela e o povo, que ressalte-se, cumpre à risca seu papel.  

Foi nesta situação que o advogado se viu enredado. Contudo, neste caso houve justiça com o arquivamento do IP, a costumeira perseguição resultado do corporativismo não ocorreu, juiz e membro do MP não entraram em conluio para perseguirem o advogado.

Quem sabe como funciona qualquer das corregedorias da polícia ou de qualquer órgão público sabe como funciona o corporativismo: além de não punirem os infratores são capazes de inverterem as partes e encrencarem o cidadão vitimado em algum processo penal.

Sobral Pinto dizia que a advocacia não era profissão para covardes e Fernando Pacheco honrou a classe dos advogados com seu destemor e coragem na defesa dos direitos de seu constituinte.

A situação pela qual passou sendo vitimado pelo sátrapa é daquelas que justifica desafiar o tiranete para um duelo, situação protagonizada pelo Ministro Marco Aurélio em plenário ao desafiar outro Ministro, tudo por se sentir ofendido.

Parabéns ao advogado Luiz Fernando Pacheco pela coragem e honradez diante da arbitrariedade do sátrapa de triste passagem pelo STF.

Nota

[1] Juíza arquiva inquérito contra advogado expulso do STF por Joaquim Brabosa

http://www.conjur.com.br/2015-out-21/juiza-arquiva-inquerito-advogado-expulso-stf-barbosa?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook


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