QUEM VAI BRECAR O GOLPE?
Brizola: "Que nos esmaguem, mas não silenciarão esta rádio sem balas." |
O “terceiro” turno da eleição para Presidente da República de 2014
se aproxima do desfecho pelo embuste ao qual deram o nome de impeachment.
É um golpe de Estado que se arma, uma tentativa de usurpação do poder na trapaça. O
golpe tem que ser barrado na Câmara ou no Senado. É no Congresso Nacional que
os golpistas vencerão o “terceiro turno” da eleição de 2014 ou serão
derrotados.
Há quem defenda brecar o golpe nas ruas. Abortar o golpe nas ruas não é coisa simples pois demanda
impedir a votação na Câmara e para tanto é preciso recorrer à violência,
pendurar alguns golpistas nos postes de iluminação pública e coisas que tais.
Nos falta tudo para isso, homens, armas, disposição para chutar
no rabo dos golpistas, encharcar com sangue os tapetes do Congresso
Nacional e os gramados da Praça dos Três Poderes.
Brizola brecou um golpe em 1961 mas é porque mostrou que estava
disposto a colocar a vida dele e a dos golpistas no jogo. Naquela data ficou
comprovado mais uma vez que quando os golpistas são desafiados a combater não
tem golpe.
Como não existe quem esteja disposto a arriscar a vida para
defender o mandato da Presidenta muito inteligentemente ela fez a reforma
ministerial dando mais espaço ao PMDB no governo, tudo compatível com o tamanho
da bancada do partido que possa apoiar o governo e assegurar a governabilidade.
Portanto, a sorte está lançada e acredito que é preciso liquidar
logo esta fatura pois se houver tempo para os caras que gravitam em torno do
helicóptero envenenado com 445 kg de pasta de cocaína se movimentarem o jogo
fica perigoso pois dinheiro compra tudo, inclusive o verdadeiro amor.
Os caras do famoso helicóptero têm traquejo com malas de
dinheiro, é gente pinta-brava, com eles todo cuidado é pouco pois mexem com uma
arma perigosa, a grana em malas. Daí liquidemos logo esta tentativa de golpe...
É isto ou vai ter golpe, vão levar no grito um mandato legítimo
conquistado nas urnas.
Até agora Leonel Brizola foi o único brasileiro que brecou um
golpe de Estado em andamento. Tudo começou quando depois da renúncia de Jânio Quadros
em agosto de 1961 os militares tentaram impedir o vice-presidente João Goulart
de tomar posse como Presidente da República.
Durante o final de agosto e começo de setembro daquele ano
durante treze dias o país viveu a queda-de-braço entre os golpistas e a resistência
oferecida pelo Rio Grande liderado por Brizola.
A resistência transferiu para os porões do Palácio Piratini o
cristal da Rádio Guaíba e formou-se o Movimento da Legalidade capitaneado pela
Radio da Legalidade, onde Brizola conclamava a população a resistir e garantir
a Constituição e a posse de Jango.
A Rádio Mayrink Veiga no Rio de Janeiro reproduzia os discursos
de Brizola e as mensagens da Rádio da Legalidade, no que foi seguida por outras
emissoras formando a Cadeia da Legalidade.
É uma façanha parar uma bola de neve, mas foi isto que Brizola
fez.
Contou com aliados nas Forças Armadas, distribuiu armas para os
civis, teve bons e fiéis assessores que o ajudaram a mobilizar a opinião
pública mas acima de tudo resolveu dar um basta na ofensiva golpista: daí para
trás desgraçados.
O Palácio Piratini, a sede do governo gaúcho, quase foi
bombardeado por ordem do irmão de Geisel, Orlando Geisel, um criminoso
lombrosiano, o que só não ocorreu porque sargentos da Aeronáutica impediram os
aviões de decolarem, esvaziaram os pneus. Brizola estava no Palácio com mulher
e filhos.
Brecar um golpe em andamento não é tarefa simples, demanda dias
de trabalho intenso, liderança, coragem para enfrentar o que vier e disposição
para fazer o que for preciso.
Nada de sério para obstar o golpe
de Estado contra o mandato da Presidenta Dilma pelos meios que forem
necessários está sendo feito. Então esta conversa de não “não ter golpe” é um
blefe. Se é para blefar então continuemos neste rengue-rengue.
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