sábado, 10 de agosto de 2019


                          MOBY DICK


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Este ano se comemora 200 anos do nascimento de Herman Melville (1819-1891), o autor de "Moby Dick". Li este livro no que chamo exílio que vivi dentro de meu próprio país.

A parte mais chã da narrativa mostra o mundo dos pescadores de baleias para extrair o óleo, do cais do porto até os dias e dias em alto mar.

O Capitão Ahab e a baleia caçada por todos os oceanos são os personagens que escrevem seus próprios destinos, o resto é boi do rebanho, na linguagem dos homens do mar, peixe do cardume.

Toda narrativa é um símbolo e dela muitos significados podem ser extraídos, a depender do leitor. Para mim ressalta de "Moby Dick" um elogio da liberdade, da força de vontade e da determinação levada às últimas consequências.

Como é um livro da alta literatura estão presentes as paixões e o quanto certos sentimentos como o ódio e o desejo de vingança podem nos governar, tudo sob ordenação racional pois o Capitão Ahab quer se vingar da baleia que lhe comeu uma parte da perna e para tanto usa seu dinheiro para recrutar marinheiros e oferecer recompensa para quem primeiro ver o animal no mar.

O ambiente é sombrio e de personagens exóticos como um canibal de uma ilha esquecida do mapa da civilização e da mesma categoria um sujeito altivo e que nunca teve credor nem patrão bem como tempestades noturnas em alto mar e a ameaça de uma tripulação inteira ser engolida pelas profundezas.

É uma história de determinação e vingança da mesma forma que "O Conde de Monte Cristo" e como eu simpatizo de graça com quem não oferece a outra face o Capitão Ahab ganhou logo minha simpatia.

Ahab é homem valente, tem colhões para jogar tudo em uma só cartada, e se conforma em ir para o fundo do mar com o inimigo se assim puder atingi-lo e realizar sua desforra, como de fato acontece no livro.

Prestei muita atenção nas razões do Capitão pois lhe feriram e magoaram, levaram um pedaço de si. Tem quem não concorde com o Capitão e veja nele um indivíduo sinistro e sombrio como existem pessoas que gostam de comédias e palhaçadas.

Eu prefiro as tragédias, o Capitão Ahab, pois "a vida não faz graças com ninguém."