ADEUS ÀS ARMAS [1]
O livro "Hemingway em Cuba", de
Norberto Fuentes, com tradução para o português brasileiro de Eric Nepomuceno, aborda
os 22 anos em que Hemingway viveu em Cuba, seu cotidiano, amizades, pescarias,
visitantes e afetos.
Gosto da escrita de Hemingway desde a juventude
e nunca perdi a admiração por sua atitude sem condescendência com o sentimentalismo.
O sentimentalismo é uma coisa gosmenta, é a morada
da fraqueza e do mau-caratismo, a matéria com que se faz a escória que não
suporta conviver com a realidade.
A esta escumalha Salomão chamava de estúpidos,
estultos; eu prefiro chamar de ratos, mesmo sabendo que estou ofendendo estes
roedores, pois a verdade só pode ser alcançada por espíritos intrépidos.
"Adeus às Armas" é puro Eclesiastes ou
puro Hemingway, como quiser. A fadiga da faina, a brevidade ou inutilidade das
vitórias e a persistência na obra, mesmo sabendo que não se vai obter êxito,
estão ali gravadas.
Eclesiastes e Meditações, de Marco
Aurélio, são as obras que melhor condensam os filosofemas do estoicismo. Se
imputa a Salomão além de Eclesiastes a autoria de Cânticos, o livro de erotismo da Bíblia.
Se o livro for realmente dele fica indene de dúvidas que também sabia aproveitar a
vida pois sabia comer uma criatura.
O jovem toureiro de "O Sol Também se
Levanta" é um símbolo de estoicismo, tantas vezes atingido pelos socos de
um fracote e atirado ao chão, se ergue.
Se as palavras de Salomão merecerem crédito fica
patente que a escumalha domina o mundo desde o começo de tudo mas com a
sociedade de massas chegou ao topo.
Segundo suas palavras "Aquilo que foi feito
torto não pode ser endireitado." Então fecha o caixão e segue o enterro
que este mundo não tem jeito.
Nota
[1] ADEUS ÀS ARMAS
https://www.youtube.com/watch?v=DRQtpcXFOCU